Ainda não sabe como calcular a nota do Enem? Leia este post!
Saber como calcular a nota do Enem é a primeira pergunta que vem à mente de muitos candidatos que vão prestar o exame pela primeira vez, e até mesmo de alguns veteranos. A ansiedade para ter um bom resultado é grande. E não à toa! Afinal, uma pontuação alta pode ser o passaporte para uma vaga no ensino superior e até mesmo para financiamentos estudantis e bolsas de estudo.
Acontece que o cálculo por trás da nota não é tão simples quanto parece. Não se trata de simplesmente somar a quantidade de acertos: há um modelo estatístico bastante refinado por trás do resultado do exame: a Teoria de Resposta ao Item (TRI).
Neste texto, vamos falar justamente sobre esse sistema, além de explicar outros conceitos importantes para você que não vê a hora de ter o resultado em mãos. Continue a leitura para conferir!
Como funciona o cálculo da nota do Enem?
A primeira coisa a considerar é que nem todas as questões têm o mesmo peso. Experimente passar o olho sobre a prova. Em pouco tempo, é possível perceber perguntas de diferentes níveis de dificuldade.
Isso é intencional e interfere bastante na pontuação final. Confira como é calculada a nota do Enem!
Teoria de Resposta ao Item (TRI)
A TRI é uma estratégia usada pelo Enem para evitar o famoso chute. Trata-se de um modelo estatístico que consegue identificar acertos incoerentes e avaliar a real habilidade de cada candidato.
Funciona assim: ao observar o padrão de acertos dos estudantes, a TRI consegue estimar quais são as questões que foram acertadas porque o aluno de fato sabia o conteúdo e quais foram ganhas apenas por chutes.
Isso acontece justamente por causa das diferentes dificuldades das perguntas. Pense assim: um aluno que se preparou para a prova pode até errar as questões difíceis e acertar apenas uma ou outra de nível médio, mas provavelmente terá um bom desempenho nas fáceis.
Agora, um candidato que erra todas as perguntas com menor nível de dificuldade e acerta as difíceis tem um comportamento incoerente, concorda? Esse tipo de “desvio” é identificado pela TRI como provável chute, o que leva a ajustes na nota final.
É por isso que, ao olhar os resultados de anos anteriores, é possível notar que a pontuação no exame não tem a ver com o número de questões. É comum, por exemplo, ter notas como 522,7. Então, não adianta tentar prever a nota final exata: o importante é garantir um desempenho consistente.
Notas das provas objetivas
A forma como é calculada a pontuação de cada prova depende de muitos fatores, como a análise da TRI, de que já falamos. Em geral, lembre-se de que cada caderno apresenta 45 questões objetivas, com 5 alternativas cada (A, B, C, D e E).
Na teoria, cada prova pode ter uma pontuação de até 1.000, mas historicamente vemos que as médias ficam entre 500 e 600 pontos.
Nota da Redação
Todos os anos, algumas dezenas de produções textuais se destacam por alcançarem a nota máxima no Enem. Aqui, não entra a TRI, mas sim a avaliação de 5 competências:
- demonstrar domínio da escrita formal da língua portuguesa;
- compreender a proposta da redação e aplicar conceitos de diferentes áreas do conhecimento para desenvolver o tema, respeitando a estrutura do texto dissertativo-argumentativo em prosa;
- selecionar, organizar e interpretar informações, fatos e argumentos para defender um ponto de vista;
- demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos fundamentais para a construção da argumentação;
- elaborar uma proposta de intervenção para o problema, levando em consideração os princípios dos Direitos Humanos.
Cada uma dessas competências recebe uma nota de 0 a 200 pontos. Desse modo, os candidatos que atendem plenamente a todas elas conseguem produzir a tão famosa redação nota 1.000.
Além disso, vale ressaltar que a sua prova passará por dois avaliadores diferentes, para uma correção mais precisa.
Nota do Enem com peso
Como visto, o resultado do exame aparecerá “bruto” para você: o Enem, por si só, não atribui relevâncias diferentes às provas. Porém, é válido saber que algumas universidades e programas específicos podem aplicar pesos diferenciados para as áreas de conhecimento, considerando as características do curso.
Por exemplo, em um processo seletivo para um curso de Exatas, é possível que as provas de Matemática e de Ciências da Natureza tenham um valor maior. Por outro lado, uma vaga para Licenciatura em Letras pode dar mais ênfase à pontuação obtida nos cadernos de Linguagens e na Redação.
O que significa a média do Enem?
Depois que sair o tão esperado resultado, vai ser possível saber qual é a nota final do Enem, aquela utilizada para concorrer a vagas no ensino superior, bolsas e financiamentos.
As pontuações obtidas em cada caderno do exame vão estar disponíveis na página do participante. Ou seja, uma nota separada para as 5 provas (Redação, Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas).
Depois, é muito fácil: a nota final é a média aritmética simples desses resultados. Então, basta somar todos eles e dividir o total por 5. Vamos supor que você tenha obtido as seguintes pontuações:
- Linguagens e Códigos — 642,3;
- Matemática — 661,0;
- Ciências da Natureza — 596,1;
- Ciências Humanas — 677,8;
- Redação — 880,2.
Nesse caso, a nota no Enem é de 691,28, pois:
- 624,3 + 661,0 + 596,1 + 677,8 + 880,2 = 3.456,4;
- 3.456,4 / 5 = 691,28.
Qual é a nota mínima do Enem?
Não há uma pontuação oficial para considerar um candidato aprovado ou não. Ou seja, não há nota mínima estabelecida pelo próprio Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, a autarquia federal que organiza o Enem).
O que acontece é que, no uso da nota para programas de bolsas e outros objetivos, cada faculdade que aceita a nota do Enem define seus próprios critérios de seleção. Por exemplo, aqui na Anhembi Morumbi, os alunos precisam ter atingido, pelo menos, 200 pontos da redação.
Já nos programas governamentais, como o Prouni e o Fies, a regra geral é ter, no mínimo, 450 pontos nas provas objetivas e não ter zerado a redação.
E as notas de corte do Enem?
Esse conceito representa a pontuação mínima que um candidato precisa ter para ser selecionado em determinado curso e modalidade. Na prática, elas nada mais são do que a nota do último aluno selecionado.
É mais simples do que parece: imagine que uma graduação em Engenharia da Computação tenha 5 vagas oferecidas para ingresso com a nota do Enem. Entre todos os participantes que se inscreveram para o curso, apenas os 5 melhores colocados serão selecionados, certo?
Então, a nota do 5º aluno da lista será considerada a nota de corte, justamente por marcar a pontuação que separou os aprovados dos desclassificados.
Então, se aquele candidato teve uma média de 700 pontos, essa é a nota de corte para o curso naquela determinada instituição de ensino, na modalidade de concorrência e no período selecionado no momento da inscrição.
Observe que esse conceito não se confunde com o de nota mínima! Não é um pré-requisito para participar do processo seletivo, mas apenas um dado observado após a classificação dos aprovados.
O que acontece é que, como há um certo padrão para cada curso ano após ano, é possível usar as notas de corte anteriores como um parâmetro para ter ideia do resultado necessário para a aprovação pretendida.
Por exemplo, os cursos de Medicina e as engenharias, que são graduações mais tradicionais, costumam ter notas de corte mais altas. Não porque alguém definiu isso previamente, mas sim porque, historicamente, os alunos que desejam essas graduações se preparam bastante, já sabendo que são áreas concorridas.
Desse modo, naturalmente, os selecionados têm médias altas, o que faz com que o corte seja uma pontuação elevada. Em resumo, as notas de corte variam por tipo de graduação, período, modalidade de concorrência e instituição de ensino.
Como funciona o simulador de nota de corte?
Agora que ficou claro o funcionamento desse dado, é fácil usá-lo a seu favor. Como dissemos, até para um mesmo curso, há variação de um ano para outro, mas as notas anteriores são um bom parâmetro para ter ideia do desempenho global dos participantes.
Então, é possível se basear nesse dado para otimizar a preparação. Se você se interessa por um curso que historicamente tem notas de corte mais altas, já sabe que precisa caprichar muito mais na rotina de estudos.
Além disso, há uma ferramenta muito prática para quem se inscrever nos programas governamentais que usam a pontuação do Enem como critério de seleção, incluindo o Prouni: a nota de corte parcial.
Durante todo o período de inscrições, o sistema atualiza constantemente o que seria a nota de corte, com base nos candidatos inscritos até ali. Desse modo, é possível acompanhar em tempo real as chances de conquistar ou não a bolsa de estudos no curso desejado.
Se a sua média foi 650, por exemplo, e o sistema indicar que a nota de corte parcial é 700, você já sabe que as chances de conseguir uma vaga são mínimas (apenas se todos os que já estão “classificados” desistirem). Então, pode aproveitar para mudar a opção de curso — isso é possível durante todo o período de inscrições.
Como usar o cálculo da nota do Enem para estudar?
Todas as informações que veremos a seguir sugerem oportunidades para aprimorar a rotina de estudos e criar metas para um desempenho satisfatório. Quer saber como estudar melhor para o vestibular? Então, veja as próximas dicas!
Treine para responder toda a prova
Uma das principais características do Enem é o horário limitado para terminar o exame. No geral, o candidato tem cerca de 3 minutos para cada pergunta. Por esse motivo, é preciso se preparar para responder toda a prova em tempo hábil. Nesse caso, fazer simulados do exame é muito importante para não “morrer na praia” por causa da pressão do relógio.
Assim, quando for resolver provas anteriores, tente imitar perfeitamente as condições oficiais do Enem, incluindo os horários de início e término, e responda tudo sem interrupções. Com a prática, você aprenderá a gerir melhor esse tempo e terá muito mais tranquilidade no grande dia.
Use os pesos das notas estrategicamente
Como vimos, algumas instituições de ensino superior e programas específicos podem atribuir diferentes pesos aos cadernos do Enem. Informe-se sobre isso antes, pesquisando o curso desejado. Então, adapte o cronograma de estudos para dar mais atenção às matérias que vão ter um peso maior no seu resultado.
Crie estratégias para solucionar os problemas
Sabe a dica de fazer simulados? Para aproveitá-la ainda mais, experimente desenvolver estratégias próprias para resolvê-los. Uma forma de otimizar tempo é pular as questões que você tem dúvida — até porque, como a TRI tira pontos por inconsistências, é muito melhor garantir as questões mais fáceis do que perder tempo com as difíceis.
Assim, você pode garantir a pontuação sobre os assuntos que domina, evitando o risco de deixá-la para trás porque gastou minutos valiosos insistindo nas respostas sobre as quais não tinha certeza.
Desse modo, tente sinalizar cada questão com símbolos estratégicos. Por exemplo, um certo naquelas que acha que acertou, um sinal de interrogação nas perguntas que geraram dúvidas e um “x” nas que não faz ideia da resposta.
Com isso, é possível voltar nas questões que, embora haja dúvidas, são passíveis de solução, depois de ter completado toda a prova e perceber que ainda há tempo disponível. Por fim, testar algumas estratégias de chute apenas nas perguntas que definitivamente não foram respondidas provavelmente vai ser a opção na hora de preencher o gabarito.
Construa um cronograma de estudos eficiente
Outra grande vantagem de entender como funciona a nota do exame é a de planejar como estudar para o Enem da melhor maneira. Por exemplo, já vimos que acertar mais questões de nível fácil e médio gera uma maior pontuação do que gabaritar somente as difíceis, por conta da TRI. Então, o que fazer com essa informação?
Perceba que, para ter uma maior nota, é preciso dominar os conteúdos básicos. Então, foque em aprender o essencial de cada matéria antes de evoluir para os temas mais avançados. Desse modo, a chance de acertar as questões referentes aos assuntos que consegue aprender com mais facilidade é maior.
Com qual nota do Enem é possível entrar na faculdade?
Como explicamos inicialmente, a pontuação ideal para conquistar uma vaga depende muito do curso, do programa, da instituição de ensino, entre outros fatores. O que é importante ter em mente é que um bom desempenho é um passaporte para uma vaga direta na universidade.
Não só isso: com uma pontuação alta, o acesso a benefícios, como descontos na mensalidade e bolsas de estudo, é maior. Sem contar que é possível obter recursos que vão ajudar na manutenção do curso, como um financiamento estudantil e programas da própria instituição de ensino.
Agora você já sabe como calcular a nota do Enem e viu como funciona o sistema por trás das pontuações. Se já fez o exame, comece a planejar o que fazer assim que sair o resultado e aproveite essa grande oportunidade de usar a pontuação no exame para começar uma graduação.
Então, veja como fazer a inscrição na Anhembi Morumbi com a sua nota do Enem!