9 cientistas brasileiros que trouxeram grandes contribuições
Ao escolher uma profissão, é muito comum imaginar que cientistas são aqueles profissionais que trabalham no campo da Biologia, não é mesmo? Mas não se trata apenas disso: a ciência está nas mais variadas áreas de atuação. Para ajudar a desmistificar o assunto, preparamos uma lista com os principais cientistas brasileiros, as suas contribuições para a ciência e diferentes segmentos da sociedade.
Além de um teste vocacional, conhecer um pouco mais sobre essas histórias e contribuições pode ser um estímulo para ser um cientista na área que mais se encaixa ao seu perfil, certo? Então, continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre grandes nomes de pesquisadores da ciência no Brasil. Confira!
1. Oswaldo Cruz
Em um momento em que estamos passando por uma pandemia, as contribuições de Oswaldo Cruz para a população brasileira e a ciência merecem ainda mais destaque. Médico formado em 1892, o paulista tinha como foco a microbiologia e a imunologia. Após chefiar o laboratório de análises clínicas na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, foi para Paris, na França, estudar mais sobre os assuntos.
Voltou para ajudar a combater as principais doenças no Rio: febre amarela, varíola e peste bubônica. No início, foi muito criticado por médicos e pela população por focar no combate ao mosquito transmissor da febre amarela e não em práticas que acreditavam ser mais eficiente. Depois, sofreu resistência ainda maior: ao tentar promover a vacinação em massa da população para reduzir os surtos de varíola, foi duramente atacado.
Apesar de o governo suspender a vacinação obrigatória, Oswaldo Cruz conseguiu vacinar grande parte da população e, consequentemente, a febre amarela foi erradicada no Rio de Janeiro. A resistência, então, virou apoio em um novo episódio de surto de varíola: os próprios cariocas começaram a procurar postos de vacinação.
Todo o seu esforço para combater essas doenças resultaram em reconhecimento em um congresso internacional sobre higiene e demografia na Alemanha. No Brasil, ele ainda ajudou a reformular o Código Sanitário e a estruturar os órgãos de higiene, e saúde do país.
Se tornou autoridade e referência no assunto, o que resultou em uma homenagem com a nomeação do instituto que trabalhava com seu nome. Hoje, a Fundação Oswaldo Cruz atua no combate à pandemia.
2. Jaqueline Góes de Jesus
Outra cientista que contribui no combate à pandemia é Jaqueline Góes de Jesus, biomédica e pesquisadora de apenas 31 anos. Doutora em patologia humana pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), fez parte da equipe que conseguiu sequenciar o genoma do vírus SARS-CoV-2 (o Coronavírus) em apenas 48 horas depois da confirmação do primeiro caso da doença no Brasil.
Esse trabalho possibilitou diferenciar a origem do vírus que estava no Brasil e diferenciá-la do genoma encontrado na China. Jaqueline ainda faz parte do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genoma e Epidemiologia de Arbovírus, um projeto que tem o objetivo de monitorar epidemias em todo o mundo para proporcionar respostas em tempo real.
3. Anísio Teixeira
A ciência também se manifesta na educação — e a história de Anísio Teixeira fala muito sobre isso. Entre as décadas de 1920 e 1930, Anísio era considerado a principal referência na área por ser um dos criadores do movimento Escola Nova. A ideia era focar no desenvolvimento do intelecto e da capacidade de julgamento das crianças, e não trabalhar apenas com a memorização.
Tanto conhecimento possibilitou que ele participasse de reformas nos sistemas educacionais do Rio de Janeiro e também da Bahia. Anísio era um dos principais defensores do ensino público, gratuito e obrigatório. Também participou da fundação da Universidade do Distrito Federal, hoje UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Toda essa contribuição coloca Anísio como uma referência até hoje na educação.
4. Suzana Herculano-Houzel
Outra mulher com destaque entre os cientistas brasileiros é Suzana Herculano-Houzel. Formada em Biologia com foco em Modalidade Genética, Suzana fez várias pós-graduações em neurociência: com mestrado, doutorado e pós-doutorado realizados nos Estados Unidos, França e Alemanha.
Atualmente, ela é professora associada na Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, e estuda as regras de construção do sistema nervoso central em humanos.
Suzana é referência dentro do seu segmento e tem mais de 45 artigos científicos publicados em pouco mais de 10 anos de carreira. Uma das suas maiores contribuições para a ciência foi o estudo em que detalha e explica o funcionamento e o papel das dobras no cérebro humano.
5. José Leite Lopes
O físico José Leite Lopes contribui não apenas para a sua área com os estudos em teoria quântica de campos e da física de partículas, mas com a pesquisa e a ciência no Brasil como um todo.
Participou diretamente da fundação de instituições como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), responsável por estimular e financiar estudos e pesquisas nas mais variadas áreas.
6. Aroldo de Azevedo
Apesar de ser formado em Direito, Aroldo de Azevedo nunca exerceu a profissão e é lembrado até hoje no Brasil por sua contribuição para a geografia. Licenciado em Geografia e História pela Universidade de São Paulo (USP), o cientista foi essencial para o desenvolvimento de muitos conhecimentos sobre o assunto.
Mais do que o autor de diversos livros didáticos para o ensino da disciplina no país, Aroldo foi o primeiro a construir um mapa e classificar o relevo brasileiro. Foi um dos precursores do estudo científico da geografia, analisando não apenas aspectos geográficos, mas a relação entre o homem e o meio.
7. Graziela Maciel Barroso
Você já ouviu falar na Primeira Dama da Botânica no Brasil? Se trata de Graziela Maciel Barroso, considerada a maior taxonomista de plantas no país, responsável por estudar os organismos biológicos e nomeá-los de acordo com as suas características.
Começou sua trajetória como estagiária no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e foi a primeira mulher a participar (e ser aprovada) em um concurso para atuar como naturalista no local.
Tudo isso sem fazer faculdade, até que se formou em Biologia pela UERJ já aos 47 anos. Em seguida, fez um doutorado na Universidade Estadual de Campinas e foi professora por mais de meio século.
8. Edenise Garcia
Fazer ciência também é estudar a forma como os seres humanos exploram os recursos naturais no planeta. É exatamente isso que Edenise Garcia faz e se destaca: é diretora de ciência no The Nature Conservancy, organização não governamental que trabalha para a conservação do meio ambiente em todo o mundo.
Edenise já trabalhou com ecologia aquática no Canadá e, atualmente, estuda os impactos do desmatamento e incêndios florestais na Amazônia.
9. Carlos Chagas
Lembra que mais acima falamos da importância de Oswaldo Cruz para a saúde no Brasil? Foi Carlos Chagas, médico, infectologista, bacteriologista e cientista, que participou de muitas dessas descobertas. A sua primeira contribuição profissional foi no combate à malária. Além disso, foi o primeiro cientista em todo o mundo a descrever por completo uma doença infecciosa.
Carlos também descobriu o protozoário Trypanosoma Cruzi (nome dado em homenagem à Oswaldo Cruz) e, consequentemente, a doença tripanossomíase americana, mais conhecida como Doença de Chagas. O cientista também ajudou as autoridades de saúde no Brasil a combaterem a leptospirose e outras doenças venéreas.
A ciência é, portanto, fundamental para a construção de uma sociedade melhor e mais desenvolvida. Como mostramos ao longo deste artigo, o cientista pode atuar e contribuir em diferentes áreas e segmentos.
Agora que você conhece um pouco mais sobre alguns dos principais cientistas brasileiros e as suas contribuições para a sociedade, o que acha de fazer com que mais pessoas conheçam essas histórias? Então compartilhe este artigo em suas redes sociais!